Se você é um profissional ou acadêmico de Direito, pode ser que já tenha sido acometido(a) pelo “juridiquês”. Se você não sabe do que estou falando, continue lendo que irei explicar o que é o juridiquês e como ele pode atrapalhar a comunicação com outras pessoas que não fazem parte do ramo de Direito. Tenha uma ótima leitura!
De forma bem objetiva, o juridiquês é um neologismo para designar o uso excessivo do jargão jurídico e de termos técnicos de Direito.
O juridiquês é considerado um termo pejorativo que designa a linguagem jurídica que, usada de maneira excessiva, torna-se muito técnica e, por vezes, incompreensível.
Chamo sua atenção para essa última palavra: incompreensível.
O problema não é usar o juridiquês. Termos técnicos são necessários em certas ocasiões.
Não apenas no âmbito do Direito, mas em qualquer outra área: na Medicina, na Informática, na Engenharia Civil, no Marketing, etc.
A questão é tornar a comunicação incompreensível pelo excesso dos termos técnicos.
Imagine a situação hipotética:
O advogado e o cliente estão em reunião. Os dois analisam documentos e debatem sobre o caso em questão, que fez um contratar os serviços do outro.
O advogado, então, se volta para o cliente e capricha no uso dos termos jurídicos tentando tranquilizá-lo:
Vamos entrar com agravo, com base no caput do artigo que fala sobre bis in idem, direto no juiz ad quem.
Se você, que está lendo este artigo, entendeu o que o advogado quis dizer sem fazer uma pesquisa no Google, provavelmente você é um profissional de Direito.
Se não entendeu, não se preocupe. Você está entre a maioria.
O que é juridiquês e a importância de uma comunicação clara
Recapitulando sobre o juridiquês: trata-se de termos jurídicos, nem sempre tão fáceis de compreender. É uma linguagem extremamente técnica e, não raro, até os próprios profissionais da área chegam, às vezes, a se confundir.
Agora imagine o cliente do advogado citado no exemplo que usamos acima. Supondo, é claro, que o cliente não seja um profissional ou tenha estudado Direito.
Muitos profissionais do Direito ficam contaminados com os termos jurídicos excessivamente técnicos que utilizam no dia a dia.
São tantas petições, jurisprudência e doutrina com linguajar semelhante que tais expressões se tornam praticamente parte de seu idioma nativo.
É preciso, no entanto, saber identificar: você as usa por costume, ou de forma proposital?
Alguns advogados têm receio, por exemplo, de simplificar – ou até mesmo popularizar – alguns termos jurídicos.
Alegam que não encontram palavras capazes de representar ou substituir tais termos.
Mas pense bem: será que isso importa para o(a) cliente? Na verdade, ele/ela só quer entender o que se passa. Não irá para o Google procurar se a palavra usada por você é a mais correta para aquele jargão.
Embora muitos advogados entendam que o uso do vocabulário jurídico pode prejudicar sua atuação no mercado, muitos ainda não sabem como se desfazer dessa linguagem.
E pensando nisso, eu preparei um curso para esse tipo de situação. No curso Traduzindo o Juridiquês discutiremos o embate entre o direito da maioria e o direito das minorias, entre direitos coletivos e individuais sem o juridiquês.Quer saber mais detalhes? Entre em contato comigo para conversarmos sobre o assunto. Aproveite e também conheça meus outros cursos clicando aqui.